terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O menino do dedo verde

de Maurice Druon
Ed. José Olympio

Bem, conforme prometido (e devido), vamos às resenhas do Desafio Literário 2011. Comecei as leituras no dia 1º de janeiro, com O menino do dedo verde, já terminei o segundo livro também e estou embalada no terceiro... mas chega de enrolação.

O menino do dedo verde conta a história de Tistu. Ele nasceu numa família abastada, na cidade de Mirapólvora. Morava na Casa-Que-Brilha, com a D. Mamãe e o Sr. Papai, que também era dono da fábrica de canhões da cidade.

Não faltava nada ao menino Tistu. Por muitos anos, a vida dele foi uma maravilha. Mas então chegou o momento de ir à escola. Durante as aulas, o menino não conseguia prestar atenção ao que o professor falava e sempre acabava caindo no sono. Não que ele quisesse dormir. Na verdade, Tistu queria muito aprender, mas nada daquilo fazia sentido para ele.

Depois de um curto tempo, os pais foram chamados à escola e receberam o seguinte veredicto: Tistu era especial e não poderia continuar na escola.

Uma grande tristeza abateu-se sobre a Casa-Que-Brilha.

Ora bolas, não são todas as crianças especiais? Para quantas delas faz sentido passar horas e horas ouvindo um sermão aparentemente sem-fim na escola, quando o mundo lá fora está cheio de mistérios a serem desvendados?

Então o Sr. Papai e a D. Mamãe resolveram que Tistu, a partir daquele dia, teria aula de mundo. E lá foi ele, para o mundo.

A primeira aula foi de jardinagem, com o Bigode, e logo se descobre que Tistu é mesmo especial. Ele tem polegar verde. Onde quer que toque, imediatamente surgem belíssimas flores.

Ah, mas para um menino como Tistu - para qualquer menino - a parte das flores é fácil. Afinal, elas são bonitas, perfumadas, alegres. Difícil é entender a "ordem". Por que homens que fizeram algo errado ficam confinados numa cadeia feia, que só os tornará ainda mais maus? Por que uma menina doente não recebe o mínimo de atenção, carinho e magia de que precisa para melhorar? Por que as pessoas fazem guerra?

Com seu dedo verde e sua inocência infantil - até se poderia dizer com sua lógica infantil, tantas vezes mais sensata que as ponderações adultas -, Tistu começa a transformar o mundo à sua volta e chega mesmo a fazer o nome de sua cidade mudar para Miraflores.

Como não poderia deixar de ser, Tistu era uma criança tão especial que sua passagem por aqui é curta. Mas aquilo que ele plantou jamais passará.

E o Tistu dentro de mim e de você? Será que já o deixamos partir? Sou mãe e tenho um Tistu em casa. Um Pequeno Príncipe. Cada minuto ao lado dele me ajuda a resgatar a inocência e a alegria dentro de mim. Ao lado desse Tistu, percebo que ainda é possível sair de Mirapólvora e passar a viver em Miraflores.

Um comentário:

  1. Rachel, tenho esse livro aqui em casa há mais de dez anos e você acredita que nunca o li? Vontade de imergir nesse universo inocente!

    Beijocas

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