de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows
ed. Rocco
"Eu tinha passado seis anos falando sobre a guerra e vivendo a guerra e estava querendo prestar atenção em outra coisa - qualquer coisa. Mas isso era como querer ser outra pessoa. A guerra agora faz parte da história de nossas vidas, e não há como esquecê-la."
Juliet Ashton é uma escritora inglesa de sucesso passando por uma crise criativa. Sua ideia para o novo romance não está dando frutos e ela agora se vê procurando um tema para um livro.
Isso acontece na Inglaterra do pós-guerra. Juliet precisou se mudar, porque seu apartamento fora bombardeado. Mas, como uma dessas pequenas felicidades que a vida às vezes nos dá, ela acaba recebendo uma carta de um certo Sr. Dawsey, de Guernsey (apesar do endereço errado).
Esse é o início desse maravilhoso romance.
Sim, um romance sobre a guerra. E mais: epistolar! É através das cartas trocadas entre os personagens que vamos conhecendo - e nos apaixonando perdidamente - pela história das ilhas do Canal durante a ocupação alemã.
Eu chorei enquanto lia. Chorei com o trecho:
"Meu neto, Eli, foi evacuado para a Inglaterra quando tinha sete anos. Ele está em casa agora - tem doze anos e é bem alto -, mas eu jamais perdoarei aos alemães por terem me impedido de vê-lo crescer."Imagine ter de mandar todas as crianças embora para que elas tivessem uma chance de sobreviver? Talvez essa seja uma das passagens mais difíceis da guerra. E ninguém fala sobre isso.
Acho que foi isso que me encantou no livro. Ele é um lindo retrato de pessoas que, apesar da guerra, apesar do sofrimento e das dores, não se deixaram abater. Ele fala de amizade e de coragem. De saudade e, principalmente, de esperança.
Quando a guerra terminou, todas aquelas pessoas tinham descoberto afinidades, amizades e cultivado um lindo sentimento entre si. Um sentimento que foi capaz de seduzir Juliet. Foi capaz de me seduzir. E tenho certeza que vai fazer o mesmo com você.
"Não há flores nem trepadeiras que possam encobrir lembranças como essas."
*** Se forem comprar o livro, deem uma conferida no trecho entre as páginas 256 e 273. Só para se certificarem de que estão todas lá. É que no meu livro tinha um salto. Veio faltando um caderno. A editora foi bastante gentil comigo e trocou o livro. Mas, de qualquer modo, tive que esperar um tempo. E já bem no finzinho da história.