quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Muitas leituras...

Bem, pessoal, o blog não morreu.
Nesse looooongo meio-tempo eu já li muitas coisas, mais a trabalho que por lazer, mas não importa porque, se eu "tava lendo, tá valendo". Só não tive tempo de postar tudo.
Então aqui vai uma listinha dos posts que virão por aí. Tentarei colocar tudinho em dia:

- Por que os homens amam as mulheres poderosas?
- Confie em mim
- Conquistando o inimigo
- Não conte a ninguém
- A passagem do anjo
- As 10 principais diferenças entre os milionários e a classe média

Eu confesso que tentei ler O livreiro de Cabul, mas achei chato e larguei.
:-)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A sociedade literária e a torta de casca de batata

de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows
ed. Rocco

"Eu tinha passado seis anos falando sobre a guerra e vivendo a guerra e estava querendo prestar atenção em outra coisa - qualquer coisa. Mas isso era como querer ser outra pessoa. A guerra agora faz parte da história de nossas vidas, e não há como esquecê-la."

Juliet Ashton é uma escritora inglesa de sucesso passando por uma crise criativa. Sua ideia para o novo romance não está dando frutos e ela agora se vê procurando um tema para um livro.

Isso acontece na Inglaterra do pós-guerra. Juliet precisou se mudar, porque seu apartamento fora bombardeado. Mas, como uma dessas pequenas felicidades que a vida às vezes nos dá, ela acaba recebendo uma carta de um certo Sr. Dawsey, de Guernsey (apesar do endereço errado).

Esse é o início desse maravilhoso romance.

Sim, um romance sobre a guerra. E mais: epistolar! É através das cartas trocadas entre os personagens que vamos conhecendo - e nos apaixonando perdidamente - pela história das ilhas do Canal durante a ocupação alemã.

Eu chorei enquanto lia. Chorei com o trecho:
"Meu neto, Eli, foi evacuado para a Inglaterra quando tinha sete anos. Ele está em casa agora - tem doze anos e é bem alto -, mas eu jamais perdoarei aos alemães por terem me impedido de vê-lo crescer."
Imagine ter de mandar todas as crianças embora para que elas tivessem uma chance de sobreviver? Talvez essa seja uma das passagens mais difíceis da guerra. E ninguém fala sobre isso.

Acho que foi isso que me encantou no livro. Ele é um lindo retrato de pessoas que, apesar da guerra, apesar do sofrimento e das dores, não se deixaram abater. Ele fala de amizade e de coragem. De saudade e, principalmente, de esperança.

Quando a guerra terminou, todas aquelas pessoas tinham descoberto afinidades, amizades e cultivado um lindo sentimento entre si. Um sentimento que foi capaz de seduzir Juliet. Foi capaz de me seduzir. E tenho certeza que vai fazer o mesmo com você.

"Não há flores nem trepadeiras que possam encobrir lembranças como essas."

*** Se forem comprar o livro, deem uma conferida no trecho entre as páginas 256 e 273. Só para se certificarem de que estão todas lá. É que no meu livro tinha um salto. Veio faltando um caderno. A editora foi bastante gentil comigo e trocou o livro. Mas, de qualquer modo, tive que esperar um tempo. E já bem no finzinho da história.

terça-feira, 14 de julho de 2009

A face oculta de Nova York

De Paulo Polzonoff
ed. Globo

Conheço o Paulo. Ele traduz para mim, é uma ótima pessoa para se trabalhar. E também conheço sua esposa e seu filho. Acontece que nossos filhos têm mais ou menos a mesma idade e, de vez em quando, trocamos figurinhas sobre os meninos. E aí que eu comecei a considerar o Paulo (e a Paula e o Davi) como um amigo, não só um colaborador.

Foi assim que A face oculta de Nova York chegou às minhas mãos: como o presente de um amigo.

Comecei a ler o livro e então aconteceu algo muito interessante: eu, que nunca tivera vontade de conhecer os Estados Unidos, me peguei pensando em fazer as malas e ir para Nova York. Para tentar conhecer a cidade do Paulo, não a dos turistas.

Ele não gosta da Times Square. E estou bem inclinada a acreditar nele. Mas é claro que quero ir lá, para ver se é ruim mesmo. E é claro que fiquei morrendo de vontade de ir ao aquário (ou seria ao zoológico - já não lembro mais... isso que dá deixar pra escrever tão depois) para procurar o casal de pinguins homossexuais. Pena que eles não estão mais juntos...

Também fiquei imaginando que tipo de inscrição eu escolheria se adotasse um banco no Central Park. Passei muito tempo pensando em alguma coisa. Muito mesmo. E então, de repente a ficha caiu: não tenho grana pra isso. E, se tivesse, Deus gostaria mais de mim se eu a usasse para aliviar, de alguma forma o sofrimento alheio.

Alguém aí ainda duvida de que fui (pelo menos um pouquinho) influenciada pelo Dalai-Lama?

Uma ética para o novo milênio

De Sua Santidade, o Dalai-Lama
ed. Sextante

Não, eu não sou budista. E não pretendo ser. Mas é que eu trabalho. E, por conta do meu trabalho, muitas vezes tenho que ler algumas coisas diferentes. Pesquisa, sabe?

Então foi assim que comecei a ler Uma ética para o novo milênio. Eu não entendo nada dos ensinamentos de Buda e dos conceitos da religião. Mas acho que dá pra entender facilmente a essência da mensagem do Dalai-Lama. Sejamos bons. Simples assim. Sejamos éticos. Cortezes. Preocupados com o bem-estar dos outros e do mundo.

Não tenho muito o que dizer sobre esse livro. Apenas que seria bom se todos entendessem a mensagem. E que deve ser muito difícil ser budista. Mas também recompensador.

Cheguei à conclusão de que a iluminação ainda nã é para mim.

E fiquei me perguntando: o que o Dalai-Lama faz com a renda de seus direitos autorais?

terça-feira, 7 de julho de 2009

Primavera eterna

De Paula Foschia
Ed. Candide

Maia (que fique claro que o livro foi escrito bem antes da novela) é uma mulher que tem tudo o que deseja: um bom emprego, um ótimo salário e um namorado que a ama. Será que ela tem mesmo tudo? Maia vive atormentada pela lembrança de Diogo, seu primeiro amor - platônico.

Então, num momento de loucura - ou de lucidez (quem vai saber) -, Maia resolve ligar para Diogo, que mora nos Estados Unidos, e fazer uma viagem para Nova York, "a trabalho".

Toda a trama de Primavera eterna se passa num único dia: do momento em que começa a angustiante espera de Maia até ela e Diogo se despedirem na plataforma da estação de trem.

O livro de Paula é obviamente um chicklit, bem mulherzinha mesmo. Mas, entre todos os livros desse tipo que li, este realmente merece destaque. Ele não é água-com-açúcar. Ele não tem "felizes para sempre".

Maia se pergunta se é o primeiro amor que nos move por toda a vida e, com essa pergunta (que inevitavelmente é de Paula, é minha, é da Mariana e de todas as outras mulheres), ficamos refletindo sobre nossas escolhas, nossos atos tresloucados, nossos amores, realizados ou não.

Paula fala a nossa língua. Não importa se temos 12 anos e estamos conhecendo o garoto que vai nos impressionar para sempre, ou se temos 30 e já pusemos a vida em ordem. Quando terminei de ler Primavera eterna, estava completamente encantada. Tentando responder a mim mesma a pergunta proposta. No meu caso, sim e não. Não foi meu primeiro namorado. Mas, definitivamente, meu grande e único amor. Sim, é ele que move, até hoje, as decisões importantes da minha vida. E ainda bem que ele não é nada platônico.

Apenas uma observação negativa: o texto de Paula é tão leve, fluente e gostoso de ler que, por isso mesmo, merecia ser mais bem cuidado pela revisão.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O ladrão de raios

De Rick Riordan
Ed. Intrínseca

Percy Jackson é um garoto diferente. Dislexo e encrenqueiro, ele frequentemente é expulso da escola. Frequentemente mesmo.

Na verdade, ele é um garoto especial, um meio-sangue. Não que Percy sempre tenha sabido disso, embora usualmente estivesse envolvido em algum acontecimento estranho.

Agora, na sexta série, em sua sexta escola - um colégio para crianças especiais -, coisas realmente esquisitas começam a acontecer.

Durante um passeio a um museu, sua monstruosa professora de matemática mostra que é mesmo um monstro, e Percy a transforma em pó usando uma caneta que, de repente, se transforma numa espada!

Como se isso não fosse estranho o bastante, nenhum de seus colegas parece sequer se lembrar da existência da professora.

Certa noite, ao ouvir a conversa de seu melhor amigo esquisitão, Grover, com o professor de latim, Percy descobre que algo muito errado está acontecendo.

Ao chegar em casa, mais uma vez expulso do colégio, a mãe de Percy resolve seguir os conselhos do pai que o garoto nunca viu e o leva para um acampamento de verão para pessoas especiais como ele. No caminho, uma criatura muito bizarra os ataca: o Minotauro.

Foi neste ponto que abandonei a leitura. Não que O ladrão de raios seja ruim. De fato, não é. A ideia de misturar magia e mitologia parece até bem interessante. E o livro é bem escrito, o texto é fluente. Acho que eu é que não estou mesmo inclinada a esse tipo de fantasia...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Admirável mundo novo

De Aldous Huxley
Ed. Globo

Admirável mundo novo foi publicado em 1932. O que talvez na época fosse apenas uma ficção futurista acabou se tornando uma obra de abrangência muito maior.

Ao ler o livro agora, em 2009, é impressionante ver como tudo parece real ou, no mínimo, plausível. Caixas de música sintética, ou gadgets de MP3 e MP4? Crianças que nascem em tubos de ensaio, a busca da felicidade a qualquer preço, "cada um pertence a todos"... conceitos de um mundo em que "pai e mãe" são visto como uma grande obscenidade. Mas será que já não é assim? Nossas crianças não passam a ter vergonha dos pais cada vez mais cedo? O respeito, a obediência, tudo isso parece ter ficado para trás. Numa época de mundo velho.

A sociedade criada por Huxley adora Ford e sua linha de produção, leva ao extremo a linha psicológica freudiana, tem castas extremamente bem definidas, nas quais a própria constituição física dos indivíduos denuncia a que grupo pertencem. Mas vejam só, eu falando em indivíduos. Não há indivíduos no Admirável Mundo Novo. Pelo menos não nas castas inferiores. Ao serem reproduzidos em bocais (pois pais e mães foram completamente abolidos na civilização), os embriões passam por um complexo processo de divisão, e o resultado são grupos de gêmeos, de 20 a 96.

Seria impossível manter uma sociedade estável se ela fosse cheia de indivíduos. Pela estabilidade social, todas as crianças passam por um longo processo de condicionamento, que envolve tanto experimentos pavlovianos quanto mensagens hipnóticas repetidas incontáveis vezes durante o sono.

E, se algo o aborrece, por que pensar em coisas ruins? Com meio grama de "soma" tudo volta ao normal e você volta a ficar feliz. Hummm... tão parecido com o refúgio que as drogas oferecem, não?

No entanto, mesmo nessa sociedade condicionada e estável, existem pessoas especiais. Os Alfa Mais Mais. Como Bernard Marx. Um homem de compleição física especial (devido ao acréscimo acidental de álcool em seu pseudo-sangue, quando ele ainda era um embrião no bocal) e idéias muito divergentes. Bernard valoriza a solidão, não gosta de se misturar e se sente constrangido ao tratar de seus assuntos "pessoais" em público. Toda essa estranheza acarreta uma série de problemas para ele.

No entanto, durante uma viagem a Malpaís - uma reserva selvagem no Novo México, onde as pessoas ainda mantêm os velhos hábitos -, ele e Lenina (a gama com quem ele está saindo) encontram algo inusitado: Linda e seu filho, John.

Linda era uma mulher da civilização que se perdeu durante uma viagem e acabou ficando presa em Malpaís. Lá, se descobriu grávida (oh! que tragédia!), teve um bebê (imaginem, um bebê! justo ela, uma Beta Mais) e acabou criando laços com a criança.

Bernard resolve pedir uma autorização especial para levar Linda e John de volta à civilização. Ao chegar lá, o Selvagem gera o maior frisson jamais visto na sociedade estável.

Mas será que seres tão diferentes são capazes de interagir, conviver e, o principal, se entender?

Admirável mundo novo fala do fim da sociedade como a conhecemos e nos leva a pensar muito seriamente nas transformações que estamos presenciando em nosso mundo.

Será que chegará mesmo o dia em que não leremos mais, em que não seremos mais capazes de apreciar uma obra de arte, influenciados pela sociedade do consumo? Será que chegará mesmo o dia em que não seremos mais capazes de amar? E será que esse dia está tão longe assim?

Como há aqui seres encantadores! Como é bela a humanidade! Oh! Admirável mundo novo... que encerra criaturas tais!

sábado, 6 de junho de 2009

Blog novo, ideia velha

Então que voltei ao blog. Numa nova página, com uma velha ideia.

Vou postar aqui minhas opiniões, impressões, etc. sobre os livros que ando lendo, seja a trabalho ou por puro entretenimento.

Para começar, no próximo post: Admirável mundo novo, de Aldous Huxley.