domingo, 30 de janeiro de 2011

A bolsa amarela

de Lygia Bojunga
Ed. Casa Lygia Bojunga

Deveria ser fácil para mim gostar de A bolsa amarela, pelo menos se fôssemos levar em conta as coincidências. Pra começar a protagonista se chama Raquel. Mas ela queria ser menino e se chamar André. Bem, meu nome é Rachel e, se eu tivesse nascido menino, meus pais me chamariam de André. Depois tem a coisa da bolsa amarela e, desde o natal, ando com uma por aí.

Mas eu não tenho mais 12 anos (ou menos, não sei bem com que idade acontece essa mudança) e não gosto mais de livros por causa dessas coincidências...

O fato é que não curti o livrinho da Lygia Bojunga.

Nele, Raquel tem três grandes vontades: 1. de ser menino; 2. de crescer; 3. de ser escritora.

Raquel, querida, ser menino pode ser bom e prático, mas ser menina me parece tão melhor... a gente pode andar de mãos dadas com nossas amigas sem sermos chamadas de lésbicas; a gente pode fazer tudo o que eles fazem (e de salto alto) e, deixando de lado todas essas justificativas sexistas, a gente tem filhos. Ok, os homens têm também. Mas aí, quando aquela coisinha linda precisa mesmo de alguma coisa, olha nos seus olhos e diz: mamãe... Bem, esses são os melhores momentos da minha vida.

Quanto a crescer, não é tão bom quanto se imagina... Até é. Mas também é bom ser criança e cada coisa tem seu tempo. Como Lygia mesma escreveu no livro: "Às vezes a gente quer muito uma coisa e então acha que vai querer a vida toda. Mas aí o tempo passa. E o tempo é sujeito que adora mudar tudo. um dia ele muda você e pronto: você enjoa de ser pequena e vai querer crescer."

Sobre ser escritora... é um desejo nobre. Mas eu tenho minhas dúvidas.

Pois é. Aquilo de que menos gostei no livro foi o estilo. Achei a escrita datada, ultrapassada, cheia de gírias que não se usa mais... sei lá, me cansou.

Mas tudo bem. Não darei por encerrada minha incursão no mundo Lygia. Vou tentar outra vez. Quem sabe não dê mais sorte com outro livro? Afinal, das coisas boas que se tira de A bolsa amarela: a gente sempre aprende se continua estudando, e nunca é tarde para isso. E, claro, deve ser muito ruim ter o pensamento costurado.

2 comentários:

  1. Acho que ocorreu aqui um caso de desencontro de idades mentais, né? Eu sou fã dessa história! Boa sorte em sua incursão! Bjs

    ResponderExcluir
  2. Que pena que nao gostou, mas acho que vale dar outra chance para Lygia Bojunga. Eu li O Sofa Estampado e fiquei muito bem impressionada apesar da faix eta'ria. Boa Sorte.

    ResponderExcluir